segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Maldita a vida que me foi dada
Maldito o feitio que Deus me deu
Maldito o dia em que te conheci
Amaldiçoado o dia em que nasci

Maldito tudo quanto me rodeia
Sombra, sol, lua, mar...
Malditas as folhas em que piso
Maldita seja eu que só sei sonhar

Malditas as lágrimas que deslizam
Por minha face em catadupa
Malditos os dias que há vida me prendem
Maldita a beleza qu'aos meus olhos oferecem

Quero cerrar os olhos de mansinho
Esquecer a vida, p'ra em outra entrar
Quero que a morte chegue de mansinho
P'ra eu finalmente a luz poder encontrar

Sei que só assim me poderei libertar
De tudo o que aqui me acorrenta
Me faz não saber viver e m'apoquenta
Quero simplesmente aqui não tornar

Não quero mais escrever
Dar largar há minha tristeza
Para quê o amor enaltecer
Se dele o trago de fel me deram a beber

Quero voar com meus versos
P'ra lá do mar, do horizonte
Cada palavra são contas de meus tersos

Quero enfim poder descansar
Meus olhos da tristeza repousar
Meu corpo enfim á terra dar
Zedlav