segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

As horas, sempre horas passando
hoje já é ontem, já é saudade
Resta a lembrança fugidia
E querer agarrar o tempo com vontade

Doba hora dobadoira
Canta as horas tecendo
Sua cantilena de lenda moira
Desprende as horas gemendo

As ilusões, sonhos, pranto
Canta a dobadoira em horas
O novelo desfia-se por encanto
Enquanto p'lo passado choras

O tempo em seu novelo as vai dobando
As horas que nas horas vão passando
Horas boas e más vai novelando
Estranhas, amenas se vão desfolhando

O tempo, é por ele que se corre
Célere, veloz, impassível
Horas, confuso batucar p'lo qual se morre
Horas d'uma vida imprevisível

Ontem a doçura de todo um passado
Envolto já em névoa da distância
Desse tempo ainda a fragância
Da mocidade p'la alegria marcado
Zedlav