segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Eu estive lá
Desse lado da morte
Em que tudo o queria
Era esquecer mia sorte

Primeiro levemente
Depois a angustia tomou conta de mim
Fui até lá serenamente
Eu só queria o fim

Lá acordei eu trancada
O barulho das trancas
Á minha volta a solidão
A tristeza, a desolação

Os dias não passavam
Arrastavam-se morosamente
Deixei de ser eu quando me chamavam
Quantas vezes chorei copiosamente

Instalou-se a confusão
Minha mente eu já não comandava
Em meus gestos havia uma disfunção
Tudo em meu redor m'alarmava

Eu ali só, mais só do que nunca
Parecia um zumbi a tudo obedecia
Horários, eu nada questionava
Como com as horas m'aborrecia

Só queria desaparecer, fugir
Voltar a ser livre
Pensar, só isso queria conseguir

Quantas e quantas vezes pensei
Que só a morte eu quisera
Cantar, falar, sorrir, eu votei
Ao pesado silêncio, vida misera

Aquelas portas cerradas
Enquanto o sol lá fora brilhava
Quantas vezes eu tentava
Apanhar o raio de sol qu'em mim parava

P vento gelado
As gotas de chuva
Com que inveja as olhava
Pois as portas p'ra mim cerrava
Zedlav