Não gosto que digam
Que sou poetisa
Não mereço , não profiram
Só porque rimo pobremente
Quando minha pena desliza
Sinto música qundo escrevo
Sinos ecoando
Mas jamais a isso m'atrevo
Comparar-me a uma poetisa rimando
Só escrevo porque me apaixonei
Pela pena no papel deslizando
É uma forma qu'encontrei
de falar, desabafando
A música toca só para mim
Quando numa pena pego
Sinto-me feliz assim
É algo que tanto me diz a que m'apego
É a única coisa que tenho
Esta forma minha de dar
Não quero ser poetisa lá por rimar
É uma forma d'escrever que detenho
Por vezes até tenho vergonha
De editar pedaços de minhas quadras
Mas penso, porquê?
São apenas sementes em minhas lavras
Sinto-me tão eu quando escrevo
Quem me dera ser uma poetisa
Com nome escrito em relevo
Mas sou um ser que disso não precisa
Preciso de uma folha e de uma pena
Ouvir o som dentro de mim
O ar fica com cheiro d'açucena
e eu escrevo o que vai dentro de mim
Mas poetisa eu não sou
Sómente um ser que adora escrever
Que flutua, que vibra e voo
E desta forma tudo consegu'esquecer
Não sou poetisa, sou eu
Uma africana
A pena é tudo o que tenho de meu...
Zedlav
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