sexta-feira, 6 de julho de 2007

Uma nota soltou-se da balada
elevou-se e o vento a levou
por um mar sedento foi tragada
a guitarra ainda mais chorou

As cordas arranhadas
desta velha guitarra
qu'um dia fez baladas
também tocou á desgarrada

Hoje velha e amarelada
descansa na cadeira de baloiço
cordas gastas de musica de derriço
minha guitarra encantada

Zedlav

segunda-feira, 2 de julho de 2007

O sono teima em não chegar
não há mais sonhos p'ra aconchegar
a noite fica vazia e desperta
horas lembram tristezas d'uma vida deserta

As horas do dia intermináveis
as da noite intoleráveis...
sem sonhos, sem magia...
noites e noites de desamor e vigia

e quando alguém profere
que velhice é sinal d'alegria
penso que é uma idade que fere
uma idade de solidão e nostalgia

Sem amigos, num total isolamento
porquê têmos dores que são um tormento
porque as rugas já apareceram
as lacunas na memória venceram

E quando se ouve, tu, alguém
estás velha!...és uma velha!...
algo grita em nós que já passou
o tempo lindo que em nós morou

E apercebemo-nos então
quão mal empregue ele foi
aquela maravilhosa paixão
que em nós morou e o sonho se foi

zedlav