POEMA DE MARIA
Arrasto-me ao som desta horrível melodia
sofro ao sabor da sinfonia
já até lhe perdi o tom
Por vezes esta triste melodia
aumenta o som e sou torturada
a agressão e sou espancada
Não mais há esperança, só nostalgia
Porquê meu Deus tal vida
se a tudo me submeto
cobras-me grande divida
tanto tempo, já não aguento
tenho medo, muito medo
sou pequena, uma formiga
corro, fujo, escondo
nem o consolo de uma alma amiga
Vou ao sabor da maré da vida
contam-se os felizes dias que vivi
recordo somente, violência, a desdita
Deus, uma vida normal a mim permiti
Não sou a primeira a quem a vida pisou
só o luto da vida
que para mim findou
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