Olho-me ao espelho...
antigamente com que desvêlo
hoje nem em mim reparo
se só com rito de tristeza deparo
Vejo toda uma fita no espelho
a fita negra de vida enlutada
a fita dramática num desfecho
como num conto bem encadernada
Olho-me ao espelho...
e nada de mim vejo
sorriso, lágrima, só desmazelo
Busco refúgio de minhas penas
nestes breves versos,quadras sei lá
gosto das noites, porque são amenas
só o sono e aquela esperança vã
Quando a noite caí e tudo escurece
cerro de mansinho meu ninho
ao mundo que tudo embrutece
e cavalgo para ti, para bem pertinho
Zedlav
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