sábado, 9 de dezembro de 2006

Por um breve instante
Quiz meu lar encher de risos
Que saudade constante
Tenho desses sons tão lindos

Meu lar onde o silêncio impera
Onde tudo é tanta solidão
Onde em cada manhã só o sol s'espera
E há noite, só do mar a canção

Perdoa-me pois sinto-me aí tão feliz
Tão feliz, que quando retorno
Sinto-me um ser tão infeliz

Gosto dos lares cheios de confusão
Onde tudo se procura nada à mão
Em que a figura da Mãe é central
A do Pai também é primordial

Não tirando mérito a ele
Ao nosso pai, mas o papel dele
Já basta ser um óptimo pai
Aquele que basta abrir os olhos, até se diz aí


Queria gargalhadas no meu lar
Quando eu do trabalho chegasse
A música gritante p'las janelas a escoar
Alguém qu'a mim me abraçasse

Só não queria tudo arrumado
Fastidiosamente organizado
Queria qu'alguém precisasse d'atenção
P'ra brincar ou estudar a lição

Queria do trabalho chegar
Queria meus filhos me esperando
Adorava a forma do seu aninhar
Quando chego, tanto silêncio sobrando

Então para quê continuar
A chegar do trabalho
Venho correndo para este lar
Onde já não há riso, nem ralho

Neste lar o riso cessou
As crianças cresceram
Vêem, mas já tudo abalou
As saudades meu peito dilaceram

Adorava tudo limpo e arrumado
Eu arrumava, eles desarrumavam
Riam, e esse Som ficou filtrado
Nestas paredes, onde seus sonhos forjaram

Hoje há casa,não há lar
É a diferença pois abalaram
O silêncio serpenteando invadiu
A solidão acabou por s'assenhorear

Só os silêncios para mim restaram
Neste lar que tanto rir se ouviu

Zedlav