sábado, 9 de dezembro de 2006

E quando o céu se tornava plúmbeo
Lá longe , nos longes, nos matagais
Onde a noite tudo fazia homogéneo
Ouviam-se então os uivos dos chacais

O céu se tornava plúmbeo
E dentro da mata misteriosa
Onde os sons enchiam a noite
Ela estendia-se majestosa

E o céu mais estrelado ficava
Mas era escuro como bréu
O medo nos sons pairava
E tanto s'orava ao céu

De repente estoirava a batucada
Lá longe quando a noite descia
Na sanzala fervilhava a vida
Assim que a noite acontecia

Lá longe quando a noite descia
Os batuques retumbavam
Pela noite adentro ecoavam
Eles falavam entre si, disso eu sabia

As noites de batucada
Eram tristes disso sabia
Pois quando alguém morria
Eles tangiam até de madrugada

Os sons nas matas propagavam
Cantando seu passado d'humilhação
Os batuques entre si falavam
Eram sons de dor d'aflição

Para ti Mãe , pois tua paixão
é tão intensa por África
Nunca sei onde começas Mãe
E termina a tua África