sábado, 17 de fevereiro de 2007

Vem o vento repor o tom
olho as mãos vazias
o sopro passou distante
fui eu já não o sou

Só as rugas da tristeza
de quem fui que já não sou
a voz passada, turvada
p'la vida da incerteza

Do saber que ávidamente busquei
das leituras que tantas horas
meu tempo sem tempo se perderam
do caminhar sentido e abandonado

Sem sonhos meu sentimento
sem futuros sem passados
sem questões, sem ilusões
sem metáforas, sem peso

Gotas frias cristalinas
lágrimas em sulcos trilhados
desapiedadas, burlescas
estropiadas, mas já sem vida

O cimento o descanso impresso
na imensidão do ocaso expresso
em tábua,em lápide oca
num remanso de paz e tristeza

zedlav