Serei um fado a cumprir fados
Quisera moldar a noite ao dia
P'ra vaguear entre os prados
Expandir esta mia nostalgia
Quisera meu corpo aquecer
Na chama do desejo ardente
Voar na ternura e esquecer
Meu sangue ser água de nascente
De meu fado sou prisioneira
Num suplício sem fim
Mia alma outrora guerreira
Vergou-se a ele e não a mim
As noites escurecem de dia
As trevas voltam levemente
E eu já não tenho energia
P'ra as expulsar vigorosamente
Deixei-me prisioneira de meu fado
Alimento-me da tristeza da saudade
Penso tanto e tanto em meu fardo
Conheço tão bem esta verdade
Zedlav
<< Página inicial