Lentamente me vou despindo
Olho-me ao espelho
E vejo-me ainda vestida
Com o manto do passado
Meu semblante crispado
Imagem em mim retida
Desse sonho tão velho
Mas sempre presente e lindo
Um vinco de amargura
Em minha face aparece
Sei que nada nem ninguém cura
Esse sonho que me padece
E este manto do passado
Que me cobre e asfixia
Que me lembra meu amado
Reveste-me do purpura da nostalgia
Há tanto que te perdi
Nessas ruelas do mundo
Da paixão desisti
Mas esse amor calo bem fundo
Zedlav
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