domingo, 17 de dezembro de 2006

Negro contratado
Sentado à porta da sua cubata
Derreado por um dia
De sol e canseira

Dia a dia maltratado
Com uma racção de peixe e fuba
Nele não ecoa nem canção, nem fantasia
A noite é embalada numa esteira

Seus olhos sem brilho
Sua alma sem sonhos
Sua vida sem liberdade
Aquece sua dor na fogueira

De dia seus pés cansados percorrem o trilho
Suas vestes azuis todas iguais
Pensamentos sem ilusões nem saudade

E quando o dia termina
No alcóol o aconchego buscam
Enchem então a cantina
Dessa fazenda qu'os mina
Zedlav