Mãe branca, Mãe preta
destruída, vazia
sem luz em seu olhar
busca seu filho
Perdido no mundo
no ocaso, p'ra si
perdido do seu olhar
protector e amoroso
Raptado, violado
num mundo que não seu
privado de amor
de carinho, de protecção
Mãe negra, Mãe preta
une-as a desventura
o vazio dos dias
a dureza da sobrevivência
Já em si não pensam
nem em quem as rodeia
Seu sono de sobressalto
seu acordar penoso
Vegetam, em cada esquina
seu olhar busca seu filho
em cada som a voz ausente
persegue-as o já nada
As lágrimas fazem sulcos
em suas faces martirizadas
a musica, sol, flores
nada mais as faz emocionar
Mãe branca, Mãe preta
a quem um dia roubaram
o que é a nossa vida
querem a esp'rança sem a ter
Vivem para o dia sem esp'rança
apesar de dizerem que a têm
do reencontro, do beijo
no filho que não mais aparece
E as orações, a prece
vão-se esbatendo
Mãe branca, Mãe preta
nem direito ao luto têm
zedlav
<< Página inicial