sábado, 26 de maio de 2007

Mãe branca, Mãe preta
destruída, vazia
sem luz em seu olhar
busca seu filho

Perdido no mundo
no ocaso, p'ra si
perdido do seu olhar
protector e amoroso

Raptado, violado
num mundo que não seu
privado de amor
de carinho, de protecção

Mãe negra, Mãe preta
une-as a desventura
o vazio dos dias
a dureza da sobrevivência

Já em si não pensam
nem em quem as rodeia
Seu sono de sobressalto
seu acordar penoso

Vegetam, em cada esquina
seu olhar busca seu filho
em cada som a voz ausente
persegue-as o já nada

As lágrimas fazem sulcos
em suas faces martirizadas
a musica, sol, flores
nada mais as faz emocionar

Mãe branca, Mãe preta
a quem um dia roubaram
o que é a nossa vida
querem a esp'rança sem a ter

Vivem para o dia sem esp'rança
apesar de dizerem que a têm
do reencontro, do beijo
no filho que não mais aparece

E as orações, a prece
vão-se esbatendo
Mãe branca, Mãe preta
nem direito ao luto têm

zedlav