segunda-feira, 12 de março de 2007

Minha irmã África

Escuta em silêncio o mar
abre as tuas asas e vem voar
no sonho, na imaginação
nunca refreies a tua emoção

Mia irmã África Lena
ouve os tambores, a batucada
que ferem a noite sem pena
e só se calam de madrugada

A lua as anharas encharca
com sua cor de prata as marca
o som da vida que s'agita
em noites qu'a todos enfeitiça

O cruzeiro do sul no céu estrelado
os cheiros do capim qu'ondula
dessa terra d'um tom avermelhado
em que o dia s'espreguiça e não pula

E quando o sol rasga a madrugada
e os sons da noite por fim se calam
a lua esconde-se de tão embriagada
as árvores cantam e os insectos falam

Mãe África sai da cubata
nas costas com sua criança
atiça a fogueira com galhos da mata
sorri por fim com tanta esperança

O ribeiro endiabrado saltitando
faz as delícias da criançada
sem brinquedos, nele vão brincando
ao som do chilrear da passarada

Da moamba, da funge reclamam
enquanto Mãe África vai á lavra
sabem que voltará porque a amam

Seu homem na cubata esperando
Ouve o vento, sabe que choverá
mais um dia está começando
o futuro a Deus pertencerá

zedlav