Minha irmã África
Escuta em silêncio o mar
abre as tuas asas e vem voar
no sonho, na imaginação
nunca refreies a tua emoção
Mia irmã África Lena
ouve os tambores, a batucada
que ferem a noite sem pena
e só se calam de madrugada
A lua as anharas encharca
com sua cor de prata as marca
o som da vida que s'agita
em noites qu'a todos enfeitiça
O cruzeiro do sul no céu estrelado
os cheiros do capim qu'ondula
dessa terra d'um tom avermelhado
em que o dia s'espreguiça e não pula
E quando o sol rasga a madrugada
e os sons da noite por fim se calam
a lua esconde-se de tão embriagada
as árvores cantam e os insectos falam
Mãe África sai da cubata
nas costas com sua criança
atiça a fogueira com galhos da mata
sorri por fim com tanta esperança
O ribeiro endiabrado saltitando
faz as delícias da criançada
sem brinquedos, nele vão brincando
ao som do chilrear da passarada
Da moamba, da funge reclamam
enquanto Mãe África vai á lavra
sabem que voltará porque a amam
Seu homem na cubata esperando
Ouve o vento, sabe que choverá
mais um dia está começando
o futuro a Deus pertencerá
zedlav
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