segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Meu Deus quanta vergonha
minha ferida reabriu
escorrendo tanta peçonha
mal a tua boca s'abriu

Senti um temor convulsivo
de todo o meu corpo s'apoderou
senti raiva dessa paixão repulsiva
agora p'ra mim tudo s'aclarou

O meu sonho a minha agonia
saber a certeza ainda custa a crer
que o teu corpo ao dela s'unia
eu nunca vou conseguir perceber

Mas agora tenho a certeza
hoje quando tudo se confessou
Deus meu quanta pobreza
eu não vou perdoar o que se passou

Sinto tamanha confusão
eu só queria agora fugir
não voltar a ver-te, nunca mais
pois sei que a verdade há-de sempre
um muro entre nós construir

Eu não vou conseguir fingir
que nada sei, pois tudo sei
a mim não voltarás a ver rir
traíste-me eu tudo sei

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Zedlav