Dorme poetisa
sem sonhos, sem pesadelos
dorme poetisa
sossega tua vida de flagelos
Já não sonhas com amor
já não te sobressaltas
quando ao longe vem a dor
já de nada sentes falta
A ténue felicidade
bateu tão de raspão
que nem sobrou saudade
mas encruou teu coração
Niniguém por ti velará
dorme poetisa sem fados
o vazio sempre d'amor falará
E o caminho que te falta percorrer
sem labirintos, nem metas
já nem esse o podes escolher
É tão nu
tão desprovido de beleza
tão desértico, tão cru
percorrê-lo-ei então com leveza
Zedlav
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