sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Dorme poetisa
sem sonhos, sem pesadelos
dorme poetisa
sossega tua vida de flagelos

Já não sonhas com amor
já não te sobressaltas
quando ao longe vem a dor
já de nada sentes falta

A ténue felicidade
bateu tão de raspão
que nem sobrou saudade
mas encruou teu coração

Niniguém por ti velará
dorme poetisa sem fados
o vazio sempre d'amor falará

E o caminho que te falta percorrer
sem labirintos, nem metas
já nem esse o podes escolher

É tão nu
tão desprovido de beleza
tão desértico, tão cru
percorrê-lo-ei então com leveza
Zedlav