quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

A chuva voltará a tamborilar
Na janela as gotinhas escorrerão
Eu não te voltarei a ouvir
Nem teu sorriso em mim ecoará

De teus lábios a palavra, amar
Meus ouvidos não mais escutarão
Meu pecado foi querer sentir
Tanto querer, matar-me-á

Meus passos encaminhar-se-ão
Lentamente p'ra falésia
Daí o mar olharei, sem a magia
De lágrimas meus olhos toldar-se-ão

Como uma hera, meu corpo
Queria em ti enroscar
Quero sentir teu arfar, teu sopro
Nele meu ser mergulhar

Quero subir à falésia
No promontório gritar
Sentir o cheiro a maresia
Contigo puder sonhar

Voltarei a ver a primavera
Mas já não há espera
Em mim fez-se outono!...
Minha alma deixei ao abandono

Zedlav