domingo, 4 de março de 2007

Quem ao tempo doou o corpo
envelheceu e não se machucou
A quem o tempo não passou de sôpro
E a sua alma não mirrou

A quem o tempo aconteceu
sem recordações e lembranças
então viver de nada valeu
por haver permanentes bonanças

A quem o tempo não tolheu
o incerto passo indiferente
se só flores se colheu
então a vida de nada valeu

Porque ninguém vive o tempo
este tempo tão precioso
ninguém o absorve totalmente
como jóia mui ciosa

O tempo é o instante
que veio e algo se criou
ele passa flagrante
e vê-se que nada se gerou

Gera-se na natureza
que absorve o tempo
na totalidade, com pureza
Zedlav