terça-feira, 26 de dezembro de 2006

raiva

Vou lendo, lendo...
página a página devorando
sugestões querendo
antes que esquça o memorando

fecha-se a noite, abre-se o dia
que impressão me redime
olho o mar, busco o sol, o alento
quanta esperança baldada

Que é da alegria? O vulto dela?
p'la minha porta nunca passa
se passa é fugaz, como conhecê-la?

Quanta esmola vertendo
ninguém alcança, ninguém alumia
a procissão segue lá longe

Os humildes rastejando
suas mãos Deus procuram-seu guia
os fortes inculcam o mal qu'ingente alastra

E o sonho dentro de mim
qual preságio temeroso
maldições sem fim
neste mindo pavoroso

Dá-se honras a promiscuidade
alardeiam mulheres a sua imoralidade
chocam nossos principios d'civilização
asteiam sua bandeira de conspurcação

Ombreiam junto a nós
toldam nosso céu limpido
carne putrefacta sóis vós
zombam escarnecem do cupido

zedlav