sábado, 25 de dezembro de 2010

Hoje é dia de Natal, de cor e magia
Fui com a Pecas visitar-te e rezar
onde fomos não há cor nem alegria
dizer que te continuamos a amar

Eu que sempre detestei cemitérios
meus passos para lá me levam
chego sento-me na tumba ao lado
e perco-me em monólogos contigo

As horas não as sinto passar
Também já ninguém me espera
quero as horas ultrapassar
p'ra não pensar nesta dor que desespera

Como desta quadra gostavas
teus olhos de alegria brilhavam
ao ver nossos filhos as prendas abrir
tudo nesta época te fazia sorrir

Tuas mãos repletas de prendas
amigos, vizinhos, família
ninguém era esquecido
meu Rui meu querido

Fui ao cemitério contigo conversar
sabes tenho receio que na outra vida
que tantos apregoam não te vá encontrar
Só quero quando morrer contigo voltar a estar



domingo, 12 de dezembro de 2010

No ritmo cadenciado do mar
fecho os olhos um instante
sinto teus braços m'embalar
nesta saudade constante

Se eu te pudesse a vida ofertar
como no mar eu entraria
para contigo me ir encontrar
como feliz eu ficaria

Mas o mar só esta saudade
me traz e não o teu coração
cheia de lágrimas me deito
sinto uma imensa solidão

Já não me encanta o mar
nem o sol, chuva, vento,
o cair da folha, a flor
a vida virou um tormento

Sem ti amor de minha vida
que hoje fazíamos anos
tantos, tantos sempre juntos
não voltarei a ouvir
Lucita minha querida

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Quero deste pesadelo acordar
A vida está sem sentido
e que interessa recordar
se não estou mais contigo

Tudo me alegrava
hoje tudo m'entristece
tudo me encantava
hoje tudo me aborrece


Todas as migalhas qu'encontro
da tua passagem por esta vida
são os meus tesouros amor meu
porque morreste tu e não eu?

Que fazer agora dos dias e dias
que tão longos se tornaram
lembrar-me o que fazias
ou como as palavras proferias

Quero o som dos teus passos
a tua voz perdida ouvir
o teu abraço, teu sorriso
queria contigo voltar a sorrir

zedlav

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Amor olho as nuvens
buscando o teu rosto
e só gotas de chuva caem
misturando-se com mias lágrimas

Tua voz chamando-me carinhosamente
"Lucita meu amor"
E quando a noite chegava e dizias
encosta-te a mim meu amor

Tudo ficou na imensidão
deste silêncio, desta saudade
deste meu querer agarrar
de anos e anos em que vivi
só para ti , só para t'amar

Quero cheirar o teu cheiro
olhar tuas mãos, o teu rosto
queria a tua voz ouvir
aquele abraço tão bom sentir

Tudo ficou na imensidão fria
d'um silêncio que eu não quis
Num vazio que nada preenche
Deus porque o levaste, diz?

Perdoai-me Senhor a pergunta
mas eu era tão feliz
Sei que foi a Vossa vontade
mas eu tento dele tanta saudade

A tua morte tudo levou
a alegria, o sentido de viver
veio a noite e ficou

A noite preencheu-me a vida
não te consegui salvar
tudo de nada valeu
antes eu morrer p'ra te salvar

E agora aqui estou eu
neste mundo sem ti
amor tão grande e meu